Código de barras otimiza a cadeia dos suprimentos

O código de barras virou sinônimo de estratégia para a gestão e automação de processos de empresas brasileiras. É o que revela o estudo “O uso do código de barras no Brasil: empresas e consumidores”, desenvolvido pela GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação em parceria com a consultoria H2R Pesquisas, com 154 empresas, além de 535 consumidores nas cinco regiões do País. Da quantidade de produtos vendidos pelos entrevistados, 80,65% têm seus produtos identificados por código de barras.

Ao considerar os aspectos financeiros, 81% das companhias revelam que o faturamento está atrelado aos produtos com códigos de barras. Em relação à importância da tecnologia para a eficiência administrativa e operacional, 92% das empresas afirmam ser relevante para suas vendas diretas, enquanto 88% alegam que sua gestão é diretamente impactada pelo código. “Os resultados mostram que todos os processos de identificação de produtos, logísticos e de varejo, que foram automatizados ao longo de mais de 30 anos no Brasil influenciaram fortemente o bom desempenho da economia do País”, afirma João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil.

Esta é a primeira vez que um estudo sobre o tema é realizado no Brasil. Para o levantamento, foram entrevistadas, no primeiro semestre deste ano, empresas que atuam nos segmentos da indústria, agronegócio e comércio (atacado e varejo) e que oferecem produtos da categoria de bens não duráveis identificados por código de barras ao consumidor final. A base da amostragem reúne empresas que faturam acima de R$ 60 mil por ano, sendo que a maior parte delas – 32% – está na faixa entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões por ano; 10% entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por ano; e 14% acima de R$ 50 milhões por ano. Em relação ao número de funcionários, as que empregam até 100 pessoas somam 61%, e as que têm de 101 até mil funcionários representam 30%. Todas elas são responsáveis por fabricar, distribuir e fazer chegar bens de consumo não duráveis ao consumidor final.

Acompanhar o desenvolvimento tecnológico para estarem em linha com o mercado e o desejo do consumidor é apontado por 66% das empresas como um fator importante. Dentre as que declaram investir em inovação, 27,7% delas destinam entre 1% e 2% do faturamento para a área. O segmento supermercadista, um dos pioneiros na adoção do código no País, é um dos que apostam cada vez mais na tecnologia. O faturamento do setor em 2014 foi de R$ 294,9 bilhões. Deste total, estima-se que as vendas efetivadas com base no código de barras no varejo correspondem a R$ 189 bilhões.

Excluem-se desse cálculo cerca de 20% de alimentos, como frutas, legumes e verduras ou lacticínios particionados, com baixo índice de uso do código de barras. “O objetivo é fornecer ao empresariado brasileiro um panorama geral da automação no Brasil e orientá-lo quanto às principais tendências que estão por vir no setor”, destaca Marina Pereira, gerente de inteligência de mercado da GS1 Brasil e uma das responsáveis pela pesquisa.

Um exemplo do impacto da otimização logísticas nos resultados vem da Via Marte, indústria gaúcha de calçados femininos, com sede em Nova Hartz. A automação representa uma economia de R$ 500 mil por ano. O gerente de Tecnologia da Informação da empresa, Ivair Kautzmann, explica que a iniciativa permitiu a redução de custos pela precisão, aceleração e integração nos processos de venda, produção, estoque, separação e despacho das mercadorias da indústria.

Leituras superam 6 bilhões por dia

O código de barras com a padronização global GS1 é lido mais de 6 bilhões de vezes por dia em todo o mundo. O alto índice é atribuído à unicidade das informações, responsável por tornar mais eficientes os processos logísticos das cadeias de abastecimento e suprimentos. O sistema de identificação é aplicado em mais de 20 segmentos do mercado, de produtos de consumo, logística e transporte a segmentos específicos, como, por exemplo, saúde e defesa.

Com objetivo de proporcionar uma linguagem comum, cada produto tem seu código único. “Sem código de barras, identificação eficiente e processos logísticos adequados, fabricantes, distribuidores e varejistas perdem eficiência, e os produtos ficam sem identidade”, afirma João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação.

Além da segurança dos dados, a padronização garante a rastreabilidade de produtos, permitindo saber a localização de determinado item em qualquer ponto da cadeia logística. Os padrões de identificação proporcionam a capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização da mercadoria por meio da impressão de números de identificação. Os principais setores com soluções de rastreabilidade em desenvolvimento pela GS1 Brasil são as cadeias de medicamentos e produtos para saúde, carne bovina, produtos alimentícios e frescos (como frutas, verduras e legumes), matérias-primas e material de embalagem.

Automação ganha importância no avanço das compras on-line

O estudo sobre o uso do código de barras no Brasil revela que a padronização da identificação de produtos deve ganhar cada vez mais espaço no e-commerce. O uso dos dispositivos móveis e as compras on-line são lembrados pelos consumidores entrevistados, dos quais 86% fazem compras pela internet, além das compras presenciais no varejo – internet e aplicativos para smartphones já são ferramentas de suporte e estímulo às compras.

Esse hábito, adquirido recentemente, assume importância muito maior para os consumidores. Assim, o código de barras terá uma relevância cada vez maior para os brasileiros, principalmente se associado a aplicativos móveis. “O levantamento foi feito com o foco também no consumidor, pois ele irá determinar o novo comportamento de compra e mudará a forma de fazer negócios que as empresas têm hoje”, destaca Marina Pereira, gerente de inteligência de mercado da GS1 Brasil e uma das responsáveis pela pesquisa.

As empresas já estão se preparando para atender a este novo consumidor, mais exigente, conectado e interessado: os “fanáticos por tecnologia”. Com idade entre 25 e 44 anos, essas pessoas experimentam as novas tecnologias e consideram o celular e a internet como itens indispensáveis. Em relação à utilização do código de barras, declaram que a tecnologia faz parte do dia a dia, principalmente para o pagamento de contas, consulta de preços e busca de informações. Nesse cenário, o padrão GS1 está inserido por meio de serviços web que incluem leitura de códigos de barras tanto os lineares quanto os bidimensionais. Além disso, a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID), baseada no Código Eletrônico de Produto (EPC), já é uma realidade em vários processos de logística, compras e vendas das empresas.

Consumidor cobra mais dados nas etiquetas

Como consequência do investimento da indústria e do varejo em automação, a percepção da população fica evidente quando 89% dos 535 entrevistados pelo o estudo “O uso do código de barras no Brasil: empresas e consumidores” declaram que usam o código de barras em suas compras no supermercado. O código também está ligado a um item cada vez mais observado pelos consumidores: a data de validade, principalmente de alimentos. Para 88% dos entrevistados, essa data deveria constar nas informações do código de barras, enquanto 86% declaram que terão interesse em informações adicionais do produto consultando o código.

Essa realidade está mais próxima do que se imagina. Começa a ganhar espaço no País o código GS1 Databar, que permite ao consumidor, quando passa pelo caixa do supermercado, receber o alerta na tela do computador caso o produto esteja com o prazo vencido. O código de barras, que tem dimensões reduzidas, permite a identificação de produtos com espaço limitado, com melhor desempenho de leitura e capacidade de incluir informações adicionais como números de série e lote, além do vencimento. Itens como cosméticos, componentes eletrônicos e de telecomunicações, ferragens, joias, entre outros, poderão ser facilmente identificados. A disseminação do código GS1 DataBar começou em 2010, e a meta é que seja adotado em toda a cadeia de abastecimento (como frutas, verduras e legumes), matérias-primas e material de embalagem.

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Fonte: jcrs.uol.com.br

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