O balanço da balança comercial

A economia mundial volta a viver dias de maior incerteza, como foram aqueles passados em 2008. O Brasil, não diferente dos outros países com economia em crescimento, não tem como precisar se os próximos meses serão de déficit ou superávit na balança comercial.
Embora estejamos preparados e experimentados para navegar nesses mares de crise, é difícil crer que apenas uma “marolinha” atinja a nau econômica brasileira e que nós sairemos ilesos dessa tempestade que já assola países como Espanha, Itália e os Estados Unidos.
O governo dos EUA promoveu a desvalorização de sua moeda, o que traz ventos ruins para países que concorrem com produtos exportados pelos norte-americanos, como é o caso do Brasil, pois essas nações terão dificuldades em suas saídas devido à baixa cotação dos produtos norte-americanos exportados.
Outro fator que pode interferir na exportação brasileira é o chamado “custo Brasil” (conjunto de dificuldades como alta taxa tributária e burocracia que dificultam os investimentos na economia nacional) e, nesse caso, quem se beneficia com a maré favorável são os europeus.
Para poder enfrentar esse mar tempestuoso que se aproxima do horizonte da embarcação nacional, o Brasil deve e já vem adotando políticas fiscais e tributárias para valorizar sua economia e incentivar o consumo interno. A desoneração da folha de pagamentos vem acontecendo em alguns casos, contudo uma reforma tributária, mesmo que em proporções menores, é necessária para uma redução da carga de impostos, não deixando a economia nacional à deriva.
A resposta inicial do País foi tem sido positiva. Desde o início do ano, a balança comercial tem apresentado saldo positivo, provocado principalmente pelo preço das commodities. Ventos bons que pelo menos aparentemente indicam que o País não irá afundar no mar da crise.

Robinson Passos de Castro e Silva, presidente da Rede Nacional de Contabilidade (RNC)

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