Varejo online espera turbinar as vendas

Falta pouco mais de um mês para o Black Friday 2014, que começa a partir da meia-noite do dia 28 de novembro, mas a movimentação para o evento já começa a se intensificar. Mesmo com o varejo crescendo menos neste ano, as expectativas para a data no e-commerce são bastante positivas. O faturamento das lojas virtuais deve atingir R$ 1,2 bilhão, uma alta de 56% ante a edição 2013, e com tíquete médio de R$ 355, somando 3,37 milhões, segundo a consultoria E-bit. A expectativa de expansão se deve à proximidade da data com o Natal, e ao aumento da confiança dos consumidores. “Eles perceberam que os descontos são reais e querem se beneficiar das ofertas”, afirma o diretor executivo Pedro Guasti.

  
E para garantir essa confiança e, em consequência, mais vendas para os lojistas durante o evento, promovido pelo site Busca Descontos, várias ações começam a se consolidar. Exemplo disso são as inscrições dos lojistas virtuais no Código de Ética para o Black Friday (o selo “Black Friday Legal”), desenvolvido pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), que estão para começar. Este é o segundo ano da iniciativa. A ideia é proteger consumidores e e-varejistas, com base em normas de conduta e boas práticas nas promoções realizadas durante o evento. Quem aderir, além de atuar sobre as regras do Código, só pode anunciar ofertas reais durante a ação, sob pena de suspensão do site da camara-e.net.
 
Na edição anterior, 123 lojistas aderiram ao Código, segundo Ludovino Lopes, presidente da Câmara. “O objetivo é ajudar a separar o joio do trigo nas práticas de comércio eletrônico em qualquer época de promoções, e não só no Black Friday”.
 
Outra ação que deve ter os resultados divulgados nos primeiros dias de novembro é a pesquisa realizada com consumidores pelo portal Busca Descontos, que além de organizar o evento promocional, centraliza todas as ofertas do varejo virtual. Nela, os consumidores são convocados pelo site oficial do evento (www.blackfriday.com.br) a deixarem sugestões de promoções, indicação de produtos ou mesmo fazerem reclamações sobre possíveis fraudes.
 
O objetivo é direcionar a ação corretamente para evitar problemas e “proporcionar a melhor experiência possível para o consumidor durante as 24 horas da promoção”, afirma Pedro Eugênio, idealizador do portal e fundador do Busca Descontos. Em 2013, a Fundação Procon-SP registrou mais de 80 reclamações e notificou pequenos e grandes varejistas por problemas do tipo “preços inflados” para forjar descontos maiores, ou instabilidade dos sistemas. 
Porém, comparado ao total de vendas, em 2013 as reclamações cresceram apenas 6% segundo o site Reclame Aqui, outro parceiro do Busca na ação. “Quando entendemos que isso era necessário (lançar o Código), o cenário começou a mudar”, disse Eugênio, que espera um evento “especialmente interessante” para o consumidor, devido às promoções mais agressivas para limpar estoques em um ano em que as vendas “não corresponderam às expectativas”.

Consumidores de olho nos eletrônicos 
 
Se a E-bit já prevê mais que o dobro de vendas na edição do Black Friday 2014 comparada à edição anterior, boa parte disso vem da animação dos consumidores, já que 76% pretendem comprar no dia em que as lojas virtuais oferecem os maiores descontos do ano. Os dados são do levantamento online realizado junto a 1.016 consumidores do País, entre 24 e 29 de julho deste ano, pela empresa de pesquisas Opinion Box e pelo portal Mundo do Marketing. Outro dado mostra que 62% vão comprar eletrônicos, 55% itens de informática e 50%, eletrodomésticos. 
 
Já o tíquete médio está um pouco mais alto: cerca de 40% disseram que vão gastar acima de R$ 500 nas compras. Outros 17% devem destinar entre R$ 401 e R$ 500 para isso, e 15% pretendem gastar entre
 
R$ 201 e R$ 300. O estudo também mostra que 58% vão aguardar a Black Friday para comprar um produto que vêm planejando, enquanto 47% comprarão itens cujos preços estiverem mais baixo. Outros 38% entrevistados disseram que comprarão algo que desejam há muito tempo, e 27% aproveitarão para antecipar as compras de Natal. 
 
O outro lado também apareceu: 57% dos que compraram na Black Friday relataram enfrentar algum tipo de problema; 42% não confiam nos descontos, e 36% vão esperar promoções pós-Natal. Cerca de 83% afirmaram que veem vantagens em comprar na data e 95% seguirão a tendência de valorizar as boas práticas de comércio eletrônico, e garantem que vão monitorar os preços do que pretendem comprar. Lição aprendida, boas compras.

Por Karina Lignelli
Fonte: Diário do Comércio SP – 21/10

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