Varejo é o que menos sofre com a economia fraca, diz Luiza Trajano

A presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse na tarde desta segunda-feira (11) que o varejo é o segmento que menos tem sentido o arrefecimento da atividade econômica no país.

Luiza disse acreditar que o impacto na oferta de crédito da liberação do compulsório pelo Banco Central, no final de julho, vai demorar ainda dois meses para ser sentido.

A executiva afirmou que o cenário econômico no início do ano que vem será mais difícil do que deste ano. Ela classificou 2014 como um ano “tumultuado” e “atípico”, devido, respectivamente, ao baixo crescimento do PIB e às eleições, em outubro. A previsão de 2015 mais complicado é porque “todo começo de governo é assim”.

“Agora é um momento mais tumultuado porque o PIB não tá crescendo, mas quem menos tem sentido é o varejo”, disse ela, em entrevista coletiva, no centro do Rio. “Eu acho que 2015 vai ser um ano mais difícil do que esse final de ano e nós vamos ter que trabalhar mais no primeiro trimestre.”

Segundo Trajano, a inadimplência do varejo e do setor imobiliário está “totalmente sobre controle”. Ela contou que acompanha de perto os número de inadimplência do país e do setor de crédito da empresa, o LuizaCred. Toda segunda-feira, contou ela, os números dos devedores da LuizaCred são colocados em sua mesa. “Inadimplência é igual cupim: quando você vê, você quebra”, disse.

Mesmo com a perspectiva de um ano que vem difícil, Trajano afirmou que o Magazine Luiza manterá sua previsão de investimento.

A companhia busca oportunidades de investimento no Rio, Brasília e Espírito Santo, onde a rede ainda não está estabelecida. Nesses locais, explicou, a estratégia seria adquirir uma rede local ou abrir de 15 a 20 lojas no mesmo dia. Trajano, contudo, não confirmou a estratégia a ser adotada e nem se os investimentos serão realizados.

“É um mercado que nos interessa muito. Ano que vem é uma possibilidade. Não tá traçado um plano ainda, mas é um foco.”

POLÍTICA

Trajano não declarou seu voto para presidente nas próximas eleições e disse que talvez tornará pública sua preferência no segundo turno.

A executiva afirmou que pratica política no dia-a-dia, mas não em partidos. Contou que integra um grupo de mulheres que se organiza em torno de temas como educação, inclusão social e os direitos da mulher nas empresas.

Trajano ressaltou que o próximo governo, qualquer que seja ele, terá que “trabalhar profundamente” a reforma política para conseguir o que ela acha o mais importante nesse tema: a reforma tributária.

“Sou totalmente a favor da reforma política porque sem ela nunca irá sair a reforma tributária. Qualquer governo vai ter que trabalhar profundamente nisso. E a reforma política tem que partir de grupos não partidários. Não é por mal, mas eles já são eleitos naquele sistema”, disse.

Por Lucas Vettorazzo/Folhapress

Fonte: jcnet.com.br – 13/08/14

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