Transformação digital irá moldar 2016

A IDC começou a liberar os resultados do estudo “Futurescape IDC: worldside CIO Agenda 2016 Predictions”, que descreve as previsões que as empresas consideram as mais significativas para os próximos anos.

Segundo a IDC, os maiores problemas da liderança de TI estão relacionados com as necessidades de negócios e as capacidades e disponibilidades relacionadas com a transformação digital.

Os dados mostram que dois terços dos CEOs planejam se concentrar em estratégias de transformação digital em 2016 e que os CIOs serão os grandes responsáveis por esta mudança.

Em termos de capacidades, apenas 25 por cento dos CIOs dizem se sentir confiantes na forma como estão gerindo os novos fluxos de receita digital. Quando se trata de disponibilidade, os CIOs estão focados no legado e em como mantê-lo com orçamentos limitados, enquanto a transformação digital acontece na empresa.

Para atingir esses objetivos e manter o sucesso no próximo ano, as empresas terão de se concentrar na inovação, integração e incorporação de tecnologias disruptivas, de acordo com a IDC. Isso inclui a implementação de parcerias multifuncionais e o investimento na promoção de uma cultura de inovação dentro da TI.

Liderança 3D

Rápidas mudanças podem ser difíceis na área de TI, tradicionalmente pouco flexível quando comparada a outros departamentos da empresa. Não raro, os CIOs ainda têm dificuldade de atender à demanda por inovação ágil e rápida. A transformação digital exige flexibilidade.

Por isso a IDC sugera uma “abordagem tridimensional” para a liderança de TI. Este conceito de liderança 3D é uma releitura da chamada TI bimodal, de modo a permitir que os CIOs inovem sem deixar de cuidar do legado.

Novas fontes de receita digitais

A TI não é o único departamento vivenciando mudanças em função da transformação digital. A medida que as tecnologias de terceira plataforma se tornam mais disponíveis, passam a ser também um grande desafio para a competitividade das empresas. A IDC cita o exemplo da indústria automobilística. Os carros conectados criaram plataformas para novos serviços de dados, carros personalizados e até mesmo veículos autônomos que podem revolucionar o setor de transporte. Ao se adaptar a essa nova realidade, a indústria automobilística terá que olhar para as tecnologias que compõem a terceira plataforma para atender às necessidades do cliente.

A IDC sugere que as empresas se concentrem na aquisição de novos talentos e habilidades e recomenda que os CIOs encontrem formas de compreender e adotar tecnologias emergentes. O estudo também menciona que em relação à construção de plataformas e serviços, as empresas precisam evitar redundâncias e focar na construção de “serviços plug-and-play que habilitem novos produtos e serviços digitais”.

Em última análise, a IDC prevê que até o ano 2018, 35 por cento dos recursos de TI irão diretamente para a criação e a implementação desses novos fluxos digitais dentro da empresa.

Governança de Dados

Informação tornou-se um recurso valioso para as empresas, e a IDC prevê que até 2017, 80 por cento dos CIOs terão um plano em prática centradoem torno do uso de dados para conduzir o negócio. A maximização da eficácia e a rentabilidade dos dados irão tornar-se um fator determinante para as empresas nos próximos anos.

O estudo constatou que, atualmente, mais de 70 por cento das organizações têm processos de avaliação de dados em vigor, na sua maior parte,baseados na coleta e na análise manuais de dados. Elas desejam mudar os processos manuais por processos mais automatizados, a medida que o usode dados começa a sobrecarregar a empresa.

Embora o estudo tenha constatado que 95 por cento dos CIOs acreditem que os dados já estejam impactando a forma como suas organizações realizam negócios, 68 por cento também disseram ter muita dificuldade para encontrar atores capazes de realizar o gerenciamento de dados de forma progressiva. O que tem levado a um gerenciamento inadequado de dados e, consequentemente, a erros resultantes do uso de dados incorretos. Em última análise, esses erros contaminam regulamentações, a experiência do cliente e a tomada de decisões estratégicas.

A solução para as lacunas em gerenciamento de dados inclui o estabelecimento de uma governança de informação e a contratação de executivos responsáveis por seu progresso. As empresas também precisam encontrar uma maneira de casar a inteligência de negócio tradicional com a tendência emergente de análise e de dados.

Colaboração

Embora a transformação digital seja crucial para o crescimento e o sucesso das empresas, a IDC prevê que até 2018, “70 por cento das iniciativas de transformação digital acontecerão em silos e irão falhar em função à colaboração insuficiente, integração, terceirização ou gerenciamento de projetos.”

O estudo relata também que, nos próximos anos, as empresas ainda não terão modelos estruturados sobre a forma de promoção da inovação em torno de transformação digital, o que pode criar uma concorrência interna pela condução da inovação entre as áreas operacionais, os líderes de negócios e de TI.

Enquanto algumas iniciativas terão sucesso, problemas irão surgir quando várias unidades de negócios decidirem promover a inovação através da contratação de projetos terceirizados.

Como o estudo aponta, é impossível levar a uma transformação de TI bem sucedida sem o apoio da alta gestão. Para ter o sucesso nos processos de inovação e transformação digital, os líderes precisam incentivar a colaboração interfuncional em torno iniciativa digital. Os departamentos de TI também precisam usar a “maturidade em gerenciamento ágil de projetos, gerenciamento de serviços integrados e de segurança para apoiar os processos de transformação”, segundo a IDC.

Experimentação, velocidade e qualidade

“Até o final de 2018, 90 por cento dos projetos de TI serão alicerçados nos princípios de experimentação, velocidade e qualidade”, afirma a IDC.

O estudo aponta para a metodologia ágil, que visa oferecer um processo de desenvolvimento aerodinâmico para cada departamento envolvido. No entanto, pesquisas sugerem que as empresas não estão usando as metodologias ágeis em sua plena capacidade, talvez em função do medo geral de mudanças rápidas.

Mas o estudo diz que as empresas que não superarem esse medo não vão prosperar. É preciso criar processos para garantir que os projetos sejam concluídos na velocidade certa. Estes processos precisam ser estabelecidos com base em “feedbacks, mudança e adaptação contínua em direção a objetivos de negócios, que devem mudar com a digitalização tornando-se onipresente”, diz a IDC.

O foco nos próximos anos deve ser em aumentar o ritmo da mudança, mantendo a qualidade.

Segurança

Segurança é um tema quente, diante do crescimento das violações de dados e do aumento da dependência dos negócios das tecnologias digitais.

Mas nos últimos anos, a maioria das empresas tem utilizado uma abordagem Band-Aid para a segurança, onde as estratégias são centradas em torno de proteger os sistemas e defendê-los contra ataques. No entanto, a IDC prevê que isso vai mudar em 2016 e que “70 por cento das organizações de TI mudarão seu foco para conter e controlar a segurança para além do perímetro”.

Esta mudança irá depender muito de análise preditiva para ajudar a construir uma nova estratégia de segurança em TI por meio de uma combinação de abordagens. Ao avaliar os riscos, os departamentos de TI poderão alocar os recursos adequados. A IDC refere-se a essa abordagem como holística, pela necessidade de abranger tudo: negócio, informação, tecnologia de aplicação e domínios.

Racionalização

A coleta de dados pode ser esmagadora, mas nem toda a informação que uma empresa coleta é útil ou interessante. Uma grande quantidade de dados permanece subutilizada devido a uma falta de suporte de TI, de acordo com o estudo. A IDC prevê que até 2016, “75 por cento dos CIOs terãoque revisitar suas iniciativas de racionalização para simplificar o ambiente de TI e permitir a inovação.” Com a racionalização de TI as empresas serão capazes de aproveitar os dados de maneiras mais eficazes e cortando custos no processo.

Nos últimos 10 anos, segundo a IDC, a maioria dos esforços das empresas incidiu sobre racionalização em torno de aplicações e de infraestrutura, e os dados foram mais ou menos ignorados. Mas com a transformação digital as empresas precisam tirar o foco dos sistemas back-end e reduzir a complexidade por meio de estratégias de racionalização de dados.

Arquitetura Estratégica

Embora grande parte do foco nos próximos anos para a ser em mudanças rápidas, as empresas ainda precisam considerar o impacto destes serviços e produtos recém-desenvolvidos. Segundo a IDC, as empresas terão de se concentrar em “consistência em todos os canais”, a fim de competir com sucesso nos próximos anos. Essencialmente, a mudança é sinônimo de custos, com infraestrutura e processos. “Se nada for feito, velhos tempos dos custos fora de controle, complexos, inconsistentes, podem voltar”.

Mesmo que isso passe a ser vital para a sobrevivência da maioria das empresas, a IDC prevê que até 2017 “60 por cento das iniciativas de transformação digital não serão capazes de escalar por falta de arquitetura estratégica.” Para se preparar, os líderes precisam garantir que empregam uma abordagem coordenada para apoiar a transformação digital, e garantir velocidade e agilidade nesta fase. Isso irá requerer uma atitude competitiva em torno de velocidade, disponibilidade e processo simplificado para adotar novas tecnologias e serviços na empresa.

Crowdsourcing

O crowdsourcing tornou-se um meio comum de alavancagem de conhecimento e, por vezes, de financiamento. Mas não atingiu as empresas, segundo a IDC, e isso é um problema. Nos próximos anos, as empresas terão de se reorientar torno da colaboração com o uso de plataformas como o GitHub. Com os Millennials assumindo posições de destaque, essa mudança também vai acontecer naturalmente nas empresas, incentivando os departamentos de TI a adotar essa nova mentalidade.

A mudança vai acontecer rapidamente, com a IDC prevendo que até 2018, “80 por cento das organizações de desenvolvimento envolvidas com a transformação digital passem a incorporar técnicas de inteligência coletiva e crowdsourcing em seus projetos como uma prática regular.” Ao abraçar a colaboração a este nível, a TI ajudará a promover um ambiente aberto e uma cultura empresarial colaborativa. Líderes vão precisar “criar centros de excelência para fornecer liderança, suporte, ferramentas e medir o progresso”, segundo a IDC.

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Fonte: cio.com.br

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