Reflexão sobre o eSocial

Apesar do governo ter adiado mais de uma vez a entrada em vigor do eSocial, agora prevista para 2015, muitas empresas ainda têm dúvidas de como será na prática. Uma pesquisa realizada pelo IOB, Grupo Sage, mostra que 64,97% das empresas estão conscientes de que precisam atualizar seu sistema de folha de pagamento para a nova obrigação. No entanto, cerca de 27,10% delas estão tendo alguma dificuldade nesta tarefa, principalmente por não disporem de todas as informações a respeito dos empregados.


O eSocial é um sistema que unifica em um ambiente online todas as informações previdenciárias, fiscais e trabalhistas das empresas e as disponibilizam aos governo federal, estadual e municipal. Um dos argumentos usados pelo governo para a implantação da nova modalidade é de que ela vai desburocratizar o trabalho da empresa, já que esta poderá concentrar todas as informações de cada funcionário num único ambiente. No entanto, além das dúvidas e incertezas sobre os procedimentos, muitos empresários avaliam que a medida visa “pegar em flagrante” os sonegadores de impostos. Ao melhorar o sistema e facilitar a vida do empresário, o governo também consegue cruzar as informações que são passadas para cada órgão mais rapidamente e de forma mais precisa, o que dificultaria a vida dos sonegadores.

Infelizmente, essa é uma prática bastante usada no país. Os empresários usam deste artifício para tentar reduzir parte dos impostos que é cobrado para manter uma contratação no sistema CLT. Por exemplo, recentemente foi aprovado a Lei da Doméstica que exige que toda trabalhadora tenha carteira assinada. Uma doméstica com salário de R$ 900,00 custará ao seu padrão R$ 1.302,00. Mais de R$ 400,00 em impostos. Por isso, muitas categorias preferem ter um funcionário PJ a ter que pagar tantos impostos ao governo. Mas, uma boa parte dessa categoria, que reclama dos impostos, afirma que se o dinheiro pago em impostos fosse bem empregado, que não fosse necessário pagar aquilo que o imposto deveria fazer, como por exemplo, hospitais e escola, muitos empresários pagariam de bom grado. Fica uma reflexão para os nossos governantes: imposto justo e bem empregado não significa mais arrecadação?

Fonte: DCI – SP – via www.blog.ibratef.com.br – 29/08/14

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