Qual o Futuro da Internet das Coisas? A Internet de Todas as Coisas!

Há pouco tempo os carros tinham um computador central (muitas vezes apelidado de Centralina), que recebia e processava os dados dos sensores espalhados pelo veículo (para o nível do óleo, pastilhas de freio, temperatura da água do radiador, etc). Pois bem, o Ford Edge Sport, modelo 2016, já tem 21 computadores espalhados pela carroceria, além de dezenas de sensores, trabalhando em harmonia, trocando e checando dados para garantir uma operação eficiente e segura, assim como para efetuar a previsão de reparos ou outras necessidades. Assim, o veículo envia um e-mail com as informações para o proprietário ou ele o monitora via aplicativo, e também se comunica com o fabricante para trocar dados sobre o veículo e possíveis chamadas para revisão ou avisos de “recall”.

Se o Ford Edge tem 21 computadores, quantos existem no Tesla ou no carro autônomo da Google? A resposta é: são muitos – mas muitos sensores. E muitas formas de comunicação (Wi-Fi, celular, Bluetooth, entre outros). A queda significativa dos custos dos blocos que compõem um sistema IoT (processadores, memória e módulos de comunicação, por exemplo), e o seu aumento de poder computacional, quer seja por área e por energia consumida, está levando a IoT ao esperado ponto de inflexão, quando a tecnologia dá um salto exponencial e as aplicações práticas estão nas mãos de milhões de usuários, trazendo vantagens reais a população e ao nosso modo de vida.

Os cenários para o mundo IoT para o futuro próximo foram discutidos durante o Internet of Things World Forum (em Dubai, de 6 a 8 de dezembro) e na Hong Kong Electronics Fair (em Hong Kong, de 12 a 17 outubro), e os números são impressionantes. Por exemplo, em Hong Kong focaram no número de processadores por família ou residência, como um exemplo do caminho que a IoT está seguindo, argumentando que nos anos 90, existiam de um a três processadores ou computadores em média por residência nos Estados Unidos.

Este número passou para de 10 a 15 no final de 2010 (notebooks, celulares, iPads ou Smart TVs), e estima-se que vamos ter de 100 a 500 processadores por residência em 2020. Ou seja, tudo que pode gerar dados para tornar a vida mais segura e confortável em uma residência vai possuir sensores e processadores, todos se comunicando entre si e com centrais de monitoramento, recebendo feedback e comandos de controle.

Pois bem, este é o exemplo que afeta diretamente o bem-estar, conforto e segurança do cidadão. E as fábricas? E as fazendas? As mineradoras? E as cidades, portos, aeroportos, estradas e barragens hidroelétricas? É aqui que encontraremos onde a IoT terá o maior impacto.

Já existem fazendas controladas digitalmente, onde sensores integrados nos tratores e colhedeiras em pontos estratégicos da plantação e nos rebanhos, permite que insumos como adubo e irrigação sejam distribuídos apenas onde necessário e com precisão de até dois centímetros, utilizando a navegação via satélite, assim realizando economias significativas de recursos e insumos. Eles também monitoram a saúde do rebanho, sua procriação, alimentação e movimento, garantindo saúde e alta produtividade de forma automática e transparente. A automação atingiu altos níveis de confiabilidade e, portanto, alguns dos equipamentos (tratores e colhedeiras) nem possuem um ser humano no seu comando, pois tudo é gerenciado e dirigido por sistemas inteligentes e à distância.

A Indústria está seguindo o mesmo caminho, onde um grande número de sensores e processadores monitoram, analisam e tomam decisões de comando sobre todo o ciclo produtivo de uma fábrica. Nos portos, os guindastes descarregam os contêineres, guiados por sensores e análise de imagens de câmeras, empilhando e redirecionando-os automaticamente.

Nas cidades, sensores nas ruas, semáforos, câmeras, radares e placas de sinalização inteligente analisam as condições de tráfego em tempo real e podem ajustar o tempo dos semáforos e sentidos nas ruas de acordo com a demanda, de maneira dinâmica e transparente. Câmeras inteligentes em postes de luz poderão observar quantos lugares para estacionar estão disponíveis em uma rua, sinalizando motoristas sobre as vagas e efetuando a cobrança do tempo de estacionamento automaticamente (por meio da leitura da placa do veículo).

Um estudo recente feito pelo Instituto McKinsey, datado de junho 2015, comenta que a IoT vai adicionar um valor econômico de aproximadamente US$11 trilhões em 2025, ou seja, quase 11% da economia mundial. Nesse mesmo estudo, conclui-se que a IoT na indústria terá o maior peso econômico (US$3,7 trilhões), seguido por cidades inteligentes (US$ 1,7 trilhão) e saúde (US$ 1,6 trilhão). E, de fato, os números são significativos.

Por isso, podemos imaginar o que teremos no ano 2025 com bilhões de sensores e processadores espalhados pelo mundo, presentes em cada casa, veiculo, rodovia, cidade, fábrica, fazenda, florestas, oceanos, entre ouros? Para se ter uma ideia do impacto no dia a dia e na qualidade de vida do ser humano, além de entender porque estamos transitando da IoT (ou M2M) para IoE, imagine o seguinte cenário em 2025: você chega em sua residência no horário previsto, pois seu veículo autônomo escolheu a rota menos congestionada e mais eficiente, analisando dados fornecidos pelo departamento de trânsito e outros dados relativos ao tempo, evitando locais que alagam com a chuva, caso isso venha a acontecer, acidentes e outros detalhes.

Você aproveitou para ler o jornal e terminar alguns e-mails importantes, pois o carro dirige sem necessitar de sua atenção. Já na residência, você decide verificar o feedback semanal dos sistemas que dão suporte a sua residência e família, lendo o relatório fornecido pelo sistema de IoE que você possui.

O relatório começa assim: “Todos os sistemas da residência estão operando dentro das especificações. Ontem monitorei o uso excessivo de energia no quarto de hóspedes devido ao ventilador de teto estar acionado, portanto desliguei o mesmo por não detectar alguém utilizando o quarto”.

E continua: “A geladeira informa que o filtro de água precisa ser trocado, pesquisei os fornecedores cadastrados e ordenei uma nova unidade, deverá estar aqui amanhã. O alarme disparou as 14h32, mas verificando os sensores e as câmeras, não detectei um intruso. Portanto, desativei o alarme e avisei a empresa de monitoramento que se tratava de um alarme falso. O veículo, por sua vez, indica que será necessária uma revisão e troca de óleo, que eu já agendei para o dia 12 às 8h, pois sua agenda está livre neste período. As peças necessárias já estão na concessionária e o valor do reparo é de aproximadamente US$250. O controle de temperatura do aquecedor central de água foi reduzido em 2 graus pois a temperatura ambiente está mais alta que o normal, não justificando o uso de energia adicional. A lâmpada do corredor está inoperante e recomendo a troca por uma nova, cuja especificação é 60 watts. O nível de pH da piscina está correto e a temperatura está em 21°C, mas o nível de cloro está abaixo do normal e, portanto, o clorador foi acionado por 15 minutos. Compilei uma lista de itens para supermercado baseado no que o leitor RFID da cozinha reportou. As vacinas para Totó devem ser aplicadas nessa semana e já dei entrada deste item na agenda da família”. E por aí vai.

A combinação de M2M, IoT e serviços de nuvem compõe a Internet of Everything, criando um universo que facilita a vida do cidadão e, ao mesmo tempo, otimiza as tarefas e economiza recursos. E, mesmo após tudo isso, a pergunta que fica é: nós estamos prontos para receber a IoE?

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Por: Alexandre Hebra

Fonte: cio.com.br

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