É seguro? É virtualização? É mais barato? Vale para sistemas de missão crítica? Consultoria coloca luz sobre algumas lendas envolvendo o conceito
Computação em nuvem tornou-se um elemento fundamental na composição tecnológica atual para as corporações. E o Brasil abraçou o conceito. De acordo com um levantamento recente, 90% das médias empresas brasileiras afirmam ter algum tipo de aplicação em cloud. Agora, à medida que avança, alguns mitos se formam. O Gartner tenta desmistificar dez das lendas mais comuns que orbitam em torno do tema.
1. É sempre mais barato – A percepção é equivocada, pois nem sempre os recursos contratados em nuvem são mais baratos. Claro que se pode economizar e obter benefícios a partir do conceito. A ideia, contudo, é que a abordagem apenas relativa a recursos financeiros não deve ser a premissa única na escolha do modelo.
2. A tecnologia só é boa se for em nuvem – Não caia na armadilha montada por muitos fornecedores que quere empurrar toda e qualquer tecnologia como se fosse enquadrada no conceito de cloud. Apesar de termos evoluído bastante, ainda há muita confusão em torno do tema.
3. Serviu para ele, serviu para ela, serviu para todos nós – Computação em nuvem não deveria ser algo para toda e qualquer coisa, de acordo com o Gartner. Obviamente que, em alguns casos, um serviço contratado dentro do modelo se encaixará como uma luva; mas seria exagero tomar isso como uma regra infalível.
4. Seu CEO tem uma estratégia cloud – Muitas empresas não têm uma estratégia de computação em nuvem. Aliás, uma estratégia de nuvem começa com a identificação dos objetivos de negócios, mapeamento dos potenciais benefícios alinhados a isso, enquanto se reduz eventuais ameaças.
5. Múltiplos fornecedores? Não é o caminho a seguir – Cloud computing é um conceito muito amplo para ser quebrado em apenas uma abordagem ou oferta. As metas e benefícios diferenciam-se em diversos casos de uso e a escolha de um modelo/fornecedor deve ser puxada por anseios de negócio, mais do que por padronizar uma abordagem.
6. Não é seguro – Ok. Cloud traz uma percepção de ser um ambiente menos seguro se comparado com contextos mais “físicos” da tecnologia. Agora, a premissa não deve ser levada a ferro e fogo, uma vez que grande parte das falhas de segurança exploram brechas também em ambientes on-premisses. Mesmo assim, provedores precisarão, sempre, fortalecer o discurso para estabelecer a confiança dos clientes.
7. Não se aplica para sistemas de missão crítica – Adote serviços em nuvem necessários. Isso significa: não é para tudo, mas para o que está na estratégia. Não estranha que os primeiros casos se relacionem a aplicações não-críticas. Agora, a medida que o conceito evolui, experimentos serão feitos e, possivelmente, outras ferramentas subirão para a cloud.
8. Desista do seu data center próprio – A maior parte das decisões relativas a cloud não são (ou não deveriam ser) sobre desligar completamente as estruturas de processamento de dados das organizações e mover tudo a uma infraestrutura terceirizada na cloud. O movimento deve combinar recursos públicos e privados.
9. Migrações herdam todas as características na nuvem – Atributos da nuvem não são transitivos. Distinguir aplicações hospedadas na nuvem de cloud services. Em outras palavras: espere que aplicações em cloud terão outras características de versões instaladas.
10. Virtualização é sinônimo cloud – Sim, virtualização é comumente usada para habilitar a computação em nuvem, mas não é a única forma. De acordo com o Gartner, mesmo que essas ferramentas sejam usadas (e usadas bem), o resultado não necessariamente significará “nuvem”. O conceito pressupõem elementos que tocam ambientes altamente automatizados, elásticos e sob demanda.
Fonte: computerworld.com.br – 18/11/14