Conselheiro do CRC SP fala sobre a importância do Código de Ética e o papel do Profissional da Contabilidade nesse processo - SISPRO
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Conselheiro do CRC SP fala sobre a importância do Código de Ética e o papel do Profissional da Contabilidade nesse processo

Uma imagem institucional forte e confiável se constrói a partir da prática de políticas éticas. Um comportamento ético por parte das organizações gera desenvolvimento e competitividade. Mas como desenvolver essas políticas? Que ações são necessárias? Quem tira estas dúvidas é o conselheiro do CRC SP, Fernando de Almeida Santos.


O que é ética?
O conceito “ética” tem origem na palavra grega ethos e significa modo de ser. Representa as características de um grupo, a forma de agir de um coletivo em relação a sua cultura. Com a evolução da história, ética passou a ser considerada caráter ou conjunto de princípios e valores morais que norteiam a conduta humana na sociedade.

O que significa uma postura ética?
O indivíduo que possui uma postura ética respeita o próximo, que pode ser um colega de trabalho, um cliente, um fornecedor, qualquer cidadão. Ser ético significa também que ele respeita a sociedade, que tem responsabilidade social. E essa é uma prática que deve ser diária, fazer parte do cotidiano dos colaboradores da empresa. A ética não pode estar presente num caso isolado.

Por que as empresas devem se preocupar com a ética?
O comportamento ético traz diversos benefícios:
– melhora as relações internas e externas, o que incentiva o desenvolvimento dos negócios;
– melhora a imagem institucional;
– aumenta a satisfação dos colaboradores no ambiente de trabalho;
– ajuda na motivação dos colaboradores em cumprir a missão empresarial;
– ajuda na diminuição de custos com possíveis processos por desvio de conduta;
– ajuda na redução de rescisões e até processos trabalhistas;
– ajuda na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Que atitudes iniciais devem ser tomadas pelas empresas para a criação de políticas éticas?
Em primeiro ligar é necessário desenvolver um código de ética e isso deve ser feito com a participação de um ou mais funcionários, já que esse documento deve representar a realidade do colaborador. Só assim haverá o comprometimento de todos. O código deve contemplar aspectos, como relacionamentos com colegas de trabalho, clientes, fornecedores, imprensa, funcionários terceirizados. O documento também deve respeitar as práticas comerciais, considerar os aspectos específicos do setor e da empresa e buscar valorizar o indivíduo e a sociedade.

Que outras ações são necessárias?
É preciso avaliar e rever periodicamente o Código de Ética, revendo normas quando necessário, fazer pesquisas de clima organizacional, a fim de identificar possíveis políticas de conduta que podem auxiliar a melhora deste clima e desenvolver relatórios demonstrando as ações éticas, sustentáveis e de responsabilidade social. É importante que a sociedade tenha acesso a esse material, como uma prestação de contas.

Quais as maiores dificuldades no desenvolvimento de políticas éticas corporativas?
Há basicamente duas dificuldades. A primeira consiste em desenvolver as políticas, com a participação de diversas áreas. A empresa precisa ser um agente condutor deste processo, respeitando todas as opiniões, o coletivo. Isto parece algo simples, mas, principalmente, para empresas com uma cultura fechada costuma ser algo complicado. O segundo desafio é a manutenção da ética. Isso só é possível com treinamento e avaliações das posturas.

A criação do Código de Ética deve contar com a participação de agentes externos, ou seja, Profissionais da Contabilidade, consultores?
Sim. Além dos colaboradores – agentes internos – a empresa precisa de agentes externos que deverão estudar a empresa, compreendê-la, conhecer o perfil e as necessidades das diversas pessoas relacionadas.

Qual o papel do Profissional da Contabilidade nesse processo?
O profissional contábil tem um papel fundamental, pois ele pode ser um agente do processo. Ele não deve apenas receber e sistematizar as informações. O Profissional da Contabilidade pode intervir das seguintes formas:
– incentivando e conduzindo processos para a elaboração, implantação e avaliação de Código de Ética e de demonstrativos de natureza social e ambiental nas empresas onde atua;
– conhecendo os Códigos de Ética e de Conduta e os demonstrativos das empresas para melhor atendê-los;
– verificando se os instrumentos estão adequados ao Código de Ética do Profissional da Contabilidade, no caso de ser proprietário, gestor ou colaborador de empresas contábeis.

As micro, pequenas e médias empresas devem ter estas preocupações?
As empresas com menor porte devem se preocupar sim, pois seus recursos são limitados e ter problemas éticos pode ser algo determinante para a sua permanência no mercado.
Uma microempresa, dentro da sua realidade e respeitando a sua cultura, deve elaborar suas regras, formas de acompanhamento e incentivo para a prática da ética corporativa.
Para as empresas maiores é necessário não apenas o Código, mas o desenvolvimento de toda a política recomendada pelas melhores práticas de governança corporativa.

Existe uma fonte de consulta confiável para as organizações?
O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) é uma leitura obrigatória. Conhecer outros Códigos de Ética e de Conduta das empresas também é importante, mas lembrando sempre que os perfis das empresas são diferentes e que os códigos devem ser criados de acordo com os portes das companhias.
Após a elaboração do Código de Ética, a empresa deve produzir demonstrativos de natureza social e ambiental, tendo como fontes:
– NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental;
Global Reporting Initiative  (Iniciativa Global para Relatórios, que promove transparência organizacional).
Relato Integrado.

Fonte: CRC-SP On-line – 13/02/14